domingo, 26 de dezembro de 2010

Sombras...

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Tudo são sombras nesse lugar de nostalgias. O calor tenta derreter meus pensamentos alineares mas escapo em tufões de idéias que me levam até bem longe e me posicionam exatamente onde reside tua presença... porém, confuso, fico entre o bem e o mal esperando que os sinos da realidade badalem dizendo que não há nada nem ninguém por aqui.

Sinto teu cheiro impregnado em cada passageira brisa que refrigera meu corpo; sinto o calor de teu corpo em meio ao desalento das lágrimas a cada vez que olho para um ponto onde a vista não alcança, a cada vez que olho para além mar. Sinto muitas coisas. Enumeráveis e intensas. Mas onde está você senão apenas em meu pacato mundo de sonhos?

Não me acostumei com as despedidas e acho que nunca acostumarei. Dói lembrar de você para acordar instantes ou horas depois sem te ver ao meu lado. Não me conformo com as despedidas que sempre temos, mesmo sabendo que depois reiniciamos como muito bem temos feito até aqui.

Ainda ouço sua voz ecoando em minha mente; ouço seus sorrisos singelos; seus gracejos; seus silêncios. E escutando você encontro forças exauridas, mas ainda vivas, para suportar toda a dor que vez em quando sinto.
Toda a dor que muitas vezes faz com que eu me sinta vivo e extremamente forte para roubar dos céus algum dom capaz de te fazer sempre a pessoa mais feliz do mundo. Alguma espécie de mágica que seja o tributo mínimo para compensar o bem que você me faz, mesmo quando a falta fica a amargar dentro de mim.

Algo em mim parece rebentar se esforçando para dizer o que não há como dizer. Sinto um aperto muito forte, similar ao aperto de quando te encontro na escada para dar o primeiro abraço. E tantos são nossos primeiros beijos e abraços; é tudo sempre tão novo apesar de minhas repetitivas declarações...
Com quase a mesma alegria de nossos “primeiros”, riu em meu íntimo. E após pensar, sentir dor, aperto, saudade e essa alegria tão inexplicável, me calo para deixar ressoando em espaços etéreos a única coisa que posso te dizer sempre pela primeira vez: eu te amo.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Noctâmbulo...

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É incrível o modo como você surge do nada em minha mente...

... Uma e quarenta e seis da manhã, de uma noite naturalmente vazia e cheia de embriagues causada pela imagem distorcida que vez em quando você demonstra ter; noite atormentante, de insônia, de dor, de pensamentos funestos e, quem sabe, até criminosos.

Penso, menina, no sabor do teu cheiro, na cor da tua voz, na doçura da tua pele e em todo o bem que você me faz. Pensando lembro-me dos momentos bons (aqueles que são como um “oceano”) e dos silêncios agradáveis. Daquele modo tão caótico que só você sabe ter para me lançar em teus mistérios... mistérios sem iguais que se calam quando me entrego plenamente ao calor da tua pele, ao aconchego do seu corpo e a presença sublime de teu espírito...

Porém (maldita seja essa palavra: “porém”) nem sempre o sabor do cheiro é doce, nem sempre a cor da voz é alva... a pele algumas vezes é cheia de desejos impossíveis e dolorosos e a distância só faz crucificar um coração mártir.

Penso, menina, no quanto que perdemos, nos jogos não jogados, na estupidez de nossa racionalidade e na infantilidade de nosso amor - na infantilidade de qualquer amor - nos crimes não cometidos e na cumplicidade vã da inocência... Afinal, bem sabemos da nossa força inquestionável, mas ainda assim temos pensamentos “torpes”; sabemos de nossos sonhos, mas ainda assim preferimos permanecer acordados; e eu sei que você sabe que a reciprocidade pende como balança, e sempre sofre mais aquele que é atingido por balas malignas lançadas por aqueles que são vitimados pelas próprias circunstâncias e esperanças famintas...

Sou reticente, meu anjo, pois não aprendi a colocar ponto final nos textos que escapam em brasa do meu coração em dor. Sou todo dor agora. Todo dor agora, pois estou certo de que existe algo incurável entre nós, e a dor é reticente, ela nunca sabe quando parar, nunca consegue fechar uma oração totalmente e é cheia de dúvidas. De sua própria origem, de sua razão, de seus motivos... dor.

Duas e vinte, o tempo passa, e eu mais penso do que escrevo. Como gostaria de ouvir tua voz e me sentir morrendo! Notar em cada vogal que você soletra um paraíso sinestésico de cores, de aromas, paladares e sons!... Não, não te ligo.
Paraísos que crio são inatingíveis fora dos campos pútridos das idéias e você continua aqui, silente, gritando em desordem palavras que não entendo. Prefiro olhar na janela, ver a rua deserta e concluir: estou só. Você está só também, não está?... - E a pergunta ecoa por entre as janelas de outros milhares de pessoas que também estão sós - “Estamos todos sós”, “É tudo deserto” e pouco importa.

Prevalece a indiferença de sempre, prevalece a dor costumeira de sempre e a insônia desses momentos que você surge do nada em minha mente.
Penso, menina, que ser indiferente é apenas uma tentativa desesperada de se confortar; que sofrer é uma busca intensa por viver; que caridade é a forma mais digna de amar; e te querer é a forma mais bela de se morrer aos poucos... aos poucos. Porém eu penso que na indiferença habita o erro, que em toda busca habita o desencontro e, muitas vezes, na caridade há a fachada da hipocrisia. Mas te querer é a forma mais bela de se morrer aos poucos e eu morro sem lamentar, entre idéias criminosas da madrugada.

Na dualidade de tantos pensamentos sempre acaba restando nada; até a esperança parece distante; e as pistas que sigo para alcançar seus sentimentos são sempre confusas e meu peito dói. Minha mente arde e repete “é incrível o modo tão súbito em que ela surge em meus pensamentos” e eu me lembro do seu silêncio de hoje. Lembro que te encontrarei amanhã. Lembro de suas ânsias e das minhas, dos involuntários conflitos... e lembro da nossa força que nos justifica do crime de ter sentimentos.

Com olhos úmidos lembro-me de nossas descobertas, e de tudo que temos para descobrir...

Sem mais nenhuma palavra inútil decido parar por aqui (não era eu quem não escreveria mais coisas que envolvessem sentimentos tão subjetivos e fortes?). Sem mais nenhuma contradição ouço a música triste do silêncio de mais uma noite sem sonhos. Anestesiado e sem mais um pingo de dor, me conformo e entristeço. Sem mais pensar em nada, sem mais poréns, sinto só uma vontade intensa de dizer que te amo... te sinto... te quero...

Amanhã te encontro, menina... mas não te desvendarei. Amanhã, meu amor, não haverá reticência que me impeça de te mostrar o final dessa história que há tempos já está escrita; aquele fim incondicional em que haverá só nós dois. De que modo nós dois?... Não sei, menina... na história de nossas vidas eu sempre te encontro... em todas as suas formas, sempre estou certo de todo meu amor que é seu. Amanhã terminará tudo para começar novamente. E é amanhã que te encontro... mas nunca te desvendarei...

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

...

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Sempre ao reler a exacerbação sentimentalóide de tudo que está ai embaixo, me falta ânimo de escrever novamente... Falta maturidade na escrita ou inspiração? Não sei... sei que falta algo e enquanto isso não se completar, não postarei mais nada.